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sábado, 9 de julho de 2011

GELO OU QUENTE

Entre o gelo e o calor, fique com os dois




Edição 170 - NOVEMBRO 2007 - ALESSANDRA ARKIE E KENIA GUERRA BAUMANN



Quando o indicado é o calor? Quando é melhor aplicar gelo? E os dois ao mesmo tempo? Tire suas dúvidas e boa recuperação!

De repente, depois do treino ou de uma prova, aparece uma dorzinha num determinado lugar e junto com ela, a dúvida: fazer uso de gelo ou calor para aliviar os sintomas? E esta é umas das questões mais freqüentes na prática clínica. Por isso, vamos explicar os efeitos e indicações de cada método para facilitar seu uso doméstico.

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Utilizar os recursos físicos, como a água, para aliviar alguns sintomas, é uma prática comum desde a antiguidade. Acredita-se que, na pré-história, o homem já procurava a água, o sol ou a fricção das mãos em partes do corpo para aliviar as dores. Há relatos que Hipócrates (460 - 375 a.C.) realizava banhos de contraste com água quente e fria para tratar doenças.

A aplicação da água nas suas diversas formas favorece a melhora dos sintomas e auxilia na reabilitação de lesões, seja na forma de calor, que dilata os vasos sanguíneos, ou pelo frio, que causa sua contração, o que contribui para a remoção de impurezas e substâncias indesejáveis resultantes da lesão, liberadas no local. É um recurso terapêutico valioso com a vantagem de ter fácil acesso, baixo custo e fácil manuseio.

A utilização de calor como terapia é chamada de termoterapia. Já a crioterapia é a utilização do gelo para tratar patologias. As duas formas de aplicação da água, quente e fria, são importantes auxiliadores no tratamento de patologias ortopédicas.

USO DE GELO

O gelo (ou meios que proporcione baixas temperaturas) deve ser a primeira atitude a ser tomada numa lesão ou dor aguda, principalmente nas primeiras 48 horas, pois diminui o metabolismo, reduzindo a necessidade de oxigênio para a célula e isso possibilita uma recuperação mais rápida e com menores danos para o músculo ou articulação. O frio contribui no controle do edema (inchaço), pois, como causa contração dos vasos sanguíneos, evita o escape de líquidos no local da lesão, além de diminuir a extensão dos danos nas células do tecido lesado (músculo ou articulação).

O USO DE BAIXAS TEMPERATURAS CONTRIBUI PARA...

-Melhora da dor.

- Diminuição de edema e hematomas.

- Redução do processo inflamatório.

- Permite a movimentação precoce.

- Melhorar a amplitude do movimento.

- Redução do metabolismo

- Estimular o relaxamento.

- Reduzir os espasmos musculares.

- Preservar a integridade das células do tecido lesado (evita morte celular).

- Limitar a evolução da lesão.

Numa lesão muscular, por exemplo, os vasos sanguíneos que passam pela região se rompem e há um extravasamento de sangue. Isto causa hematoma, edema, vermelhidão, aumento da dor e uma perda da função do músculo afetado. Este é o começo do processo inflamatório, que é a primeira reação de defesa do organismo, uma vez que o dano tecidual já ocorreu no local. Então, a aplicação de baixas temperaturas no local terá os seguintes efeitos fisiológicos:

EFEITOS FISIOLÓGICOS DO FRIO

Limitação do hematoma e edema. Diminuindo a temperatura da pele e dos tecidos subjacentes, há um estreitamento dos vasos sanguíneos, o que é conhecido como vasoconstrição. Isso diminui a quantidade de sangue na área lesada, o que reduz o tamanho do edema ou escape de líquidos. Após alguns minutos, os vasos sanguíneos se dilatam, permitindo que o sangue volte a circular na área. Esta fase é seguida por outro período de vasoconstrição.

Embora o sangue flua ainda na área, o tamanho do edema é significativamente menor do que se o gelo não fosse aplicado. Esta diminuição do edema permite mais movimento no músculo ou articulação e, dessa forma, diminui a perda funcional associada à lesão. O edema, juntamente com a resposta inflamatória, causa também um aumento da pressão no tecido, o que acarreta aumento da dor. Esta dor é intensificada por determinadas substâncias químicas que são liberadas no sangue quando o tecido é danificado. Por isso, a aplicação do gelo diminui a dor.

Diminui a dor. A diminuição da dor é um dos maiores efeitos do gelo. A percepção da dor, como numa lesão muscular ou entorse de tornozelo, pode ser torturante e o alívio promovido pela crioterapia chega a ser vital para a melhora do atleta.

Outro meio de ação do gelo para diminuir a dor é reduzir a condução do impulso nervoso de alguns nervos na pele e nos tecidos circunvizinhos. Além disso, por fornecer um outro estímulo às fibras do nervo, a sensação do frio pode inibir a sensação de dor. A aplicação do gelo pode estimular a liberação de endorfinas no local da lesão, o que também contribui para a diminuição da dor.

Reduz espasmos musculares. Há evidências que mostram uma ligação forte entre o espasmo do músculo e a dor. Um aumento na dor conduz ao espasmo do músculo, que conduz subseqüentemente a mais dor e assim por diante. Isso causa uma resposta negativa. Portanto, reduzindo a dor, o gelo pode reduzir o risco do espasmo do músculo.

Reduz as taxas do metabolismo celular. Reduzindo a taxa metabólica, o gelo reduz a necessidade de oxigênio das células. Assim, quando o fluxo sanguíneo for limitado pela vasoconstrição, o risco de morte celular devido às demandas de oxigênio (necrose celular secundária) será diminuído.

INDICAÇÕES PARA USO DA CRIOTERAPIA

- Lesões musculares e ligamentares

- Entorses articulares

- Traumas agudos (tombos, pancadas)

- Luxações

- Estiramentos

- Edemas (inchaços)

- Hematomas

A CRIOTERAPIA NÃO DEVE SER USADA NOS SEGUINTES CASOS:

- Alergia ao frio

- Síndrome de Raynaud

- Lesões cutâneas (ferimentos abertos)

PRECAUÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES AO GELO

É preciso ter cuidado quando for utilizar o gelo nos seguintes casos


- Doença cardíaca como hipertensão, arritmia ou angina.

- Áreas com nervos superficiais.

- Antes da prática esportiva, pois como altera a sensibilidade e melhora a dor, pode "mascarar" lesões.

- Antes da realização de alongamentos: pelo mesmo motivo descrito acima, o atleta corre o risco de exceder o limite de estiramento do músculo, causando lesões nas fibras musculares.

- Cuidado para não dormir ou exceder o tempo de aplicação do gelo para não lesar a pele ou outras estruturas por diminuição excessiva da temperatura (necrose).

Inforgráfico:

Formas de aplicar gelo pt. 1

Formas de aplicar gelo pt. 2

ÁGUA QUENTE

Apesar de ser mais agradável e confortável, a utilização da água quente nos tratamentos ortopédicos se limita a alguns casos onde o objetivo de reduzir a dor deve estar somado à necessidade do relaxamento muscular, na ausência de edemas ou hematomas.

Como recursos da termoterapia temos o calor superficial e o calor profundo. O calor superficial é obtido através de compressas, bolsas e imersões com água quente e infravermelho. O tratamento com calor profundo necessita de aparelhos específicos que emitem ondas que penetram pela pele e atingem camadas mais profundas que o calor superficial, como ultra-som, ondas curtas e microondas. O banho de parafina é um calor superficial utilizado nas extremidades como mãos, pés, punhos e tornozelos. Porém, quando aplicado nas mãos ou pés para tratamento das articulações dos dedos funciona como "calor profundo" devido à pequena espessura das estruturas que envolvem a articulação.

O CALOR NÃO DEVE SER USADO NOS SEGUINTES CASOS

- Lesões cutâneas (ferimentos abertos)

- Lesões ou traumas recentes

- Edemas

- Hematomas

- Hipersensibilidade ao calor

- Patologias vasculares

O USO DO CALOR CONTRIBUI PARA...

- Melhora da dor

- Aumentar a extensibilidade do músculo retraído

- Diminuir a rigidez articular

- Diminuir espasmos musculares

- Aumentar o metabolismo e fluxo sanguíneo

INDICAÇÕES

- Contraturas e tensões musculares

- Torcicolos

- Dores na coluna cervical, dorsal ou lombar

- Doenças reumáticas


PRECAUÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES AO CALOR

É preciso ter cuidado ao se aplicar calor como tratamento nos seguintes casos:

- Áreas com a sensibilidade diminuída ou anestesiada. Se for necessária a aplicação, testar primeiro em uma área com a sensibilidade preservada.

- Insuficiência vascular: o calor aumenta a demanda metabólica sem aumentar o fluxo sanguíneo que está insuficiente e isto pode causar necrose tecidual.

- Hérnias discais: temperaturas muito altas ou profundas (ondas curtas ou microondas) podem piorar a compressão da raiz nervosa nos casos de hérnias discais, pois favorecem o aumento da circulação local e edema, o que pode piorar os sintomas. Nestes casos, pode-se utilizar calor superficial, como bolsa de água quente, que irá aliviar as tensões musculares, melhorando a dor, sem alterar a condição patológica da hérnia.

- Cuidado para não se distrair ou dormir quando estiver fazendo bolsa de água quente (ou de gel) porque pode causar vazamentos e queimaduras (bolhas).

Infográfico:

Formas de aplicar calor

Concluindo. A crioterapia deve ser utilizada sempre que houver traumas ou lesões agudas por ter ação fisiológica mais completa e eficiente. Tanto os métodos de aplicação do calor como do gelo descritos nesta matéria devem ser utilizados como parte de um tratamento e não como única forma de aliviar os sintomas. Por isso, é importante a orientação de um profissional qualificado e a consulta médica para que o diagnóstico seja estabelecido e para que o tratamento completo seja orientado.



POR ROGERIO ALVES GODOY

GELO

Afinal, qual dos dois é melhor para recuperação de lesões? Assim como eu, talvez você já tenha passado por essa dúvida. Sempre que me machuco, seja em lesões causadas por corridas ou por outra atividade, penso: o que é melhor para acelerar a recuparação: colocar gelo sobre a lesão ou aplicar compressas quentes ou bolsa de água quente?? Vejamos o que diz o Dr. Lewis G. Maharam, diretor médico da entidade New York Road Runners e da Maratona de Nova York .






Nas primeiras 24h gelo é a melhor opção



“Apesar de parecer haver uma controvérsia sobre este tema, ela não existe. É consenso geral entre os profissionais que tratam de atletas que nas primeiras 24 horas após a lesão, gelo é a melhor opção. O calor tende a danificar ainda mais as paredes dos vasos sanguíneos já fragilizados pela lesão, promovendo a perda de fluídos e consequentemente o aumento do inchaço na região. Por outro lado, a aplicação de gelo ajuda a manter a integridade dos vasos. Embora inicialmente o gelo promova uma vaso constrição, alguns minutos depois acontece a vaso dilatação, como pode ser evidenciado com o avermelhamento da pele na região onde se aplica o gelo.



Após as primeiras 24 horas, queremos continuar a vaso dilatação para trazer nutrientes e células na circulação sanguínea para promover a cicatrização. A esta altura, a parede dos vasos já recuperaram sua integridade e tanto gelo e calor funcionarão. Qual você deve usar então? Eu prefiro gelo porque temporariamente desativa receptores nas paredes do vaso mantendo, assim, os vasos abertos por mais tempo. Quando o calor é aplicado, logo que o calor sai, a área começa a esfriar e as paredes dos vasos são reativados com o fluxo sanguíneo normal. Portanto, o gelo oferece um tratamento mais prolongado. Você obterá melhores resultados aplicando gelo três vezes por dia, 30 minutos de cada vez.



Cuidado para não queimar a pele durante a aplicação. Prefiro sempre usar um saquinho zip (para congelados) com gelo e água. A água força o aumento da temperatura, evitando a necessidade de se usar um pano entre o pacote e a pele.”



Fonte: “Ask the running doc – Runner’s World”

POR ROGERIO ALVES GODOY

artigo:Quando Usar Gelo ou Calor

por driano » 02 Nov 2005 14:36

As aplicações de frio com neve e gelo natural foram utilizadas pelos antigos gregos e romanos para tratar uma variedade de problemas médicos. No inicio do século XX, 1930, as aplicações de calor dominavam, principalmente no tratamento comum de lesões esportivas agudas.
Porém, só no início da década de 70, é que o frio passou a ter uma utilização quase universal para o tratamento das lesões esportivas. Nesta época as pesquisas procuraram compreender por que as aplicações de frio eram benéficas e como e quando deveriam ser realizadas.
As terapias usando o calor (termoterapia) e usando o frio (crioterapia) não levam à cura de nenhuma enfermidade, porém são instrumentos importantes que auxiliam no tratamento de varias patologias ortopédicas e neurológicas.
Para obter o máximo benefício da modalidade terapêutica escolhida, é preciso compreender as necessidades de cada paciente, em qual fase ele se encontra (aguda, pós-aguda ou crônica) e quais as respostas fisiológicas especificas.
Abaixo apresentam-se as respostas fisiológicas de cada modalidade:
Gelo
Diminuição da circulação
Diminuição do metabolismo
Diminuição da inflamação
Diminuição da dor (anestesia)
Diminuição do espasmo muscular
Calor
Aumento da circulação
Aumento do metabolismo
Aumento da inflamação
Diminuição da dor (anestesia)
Diminuição do espasmo muscular
Existe, ainda hoje, uma certa confusão; porém é comprovado que em casos agudos (atendimento imediato) devem ser feitas aplicações de gelo, com enfaixamento compressivo e elevação da área afetada, de 20 a 30 minutos, nas primeiras 24 a 72 horas. Isto promove uma diminuição do metabolismo e uma limitação da hipóxia secundária (aumento da lesão por falta de oxigênio), além de promover uma diminuição do espasmo muscular e dor.
A aplicação de calor é contra-indicada, pois aumentaria o metabolismo agravando a lesão.
No tratamento pós-agudo, ou seja, de dez a quinze dias depois da lesão, o uso de calor é benéfico, pois com o aumento do metabolismo e da circulação há uma redução do espasmo muscular, auxiliando no alongamento e na diminuição da dor. As aplicações também podem ser feitas várias vezes ao dia de 20 a 30 min.
Importante: Não aquecer regiões do corpo que estiverem anestesiadas, edemaciadas, feridas com sangramento, em áreas onde haja tumores, sobre os testículos, sobre o abdômen de gestantes ou áreas corporais de pessoas inconscientes.

Roberta Leite Branco

Fisioterapeuta e Coordenadora da Avaliação



BIBLIOGRAFIA:

Kenneth L. Knight, Crioterapia no tratamento das Lesões Esportivas, Ed.Manole, 2000

POR ROGERIO ALVES GODOY